No dia 12 de outubro de 2014, estive muito, muito perto da nossa Presidenta Dilma Roussef. Muito mais perto do que uma mortal da periferia como eu, nascida, criada, sobrevivente e permanente que sou, poderia chegar de uma autoridade máxima do nosso país. Assim venho hoje relatar como isto aconteceu.
Sou Dilma presidenta e sua continuidade, isto é fato. Por
toda a construção social que tenho contemplado dia a dia, onde muitos de nós
fomos beneficiados e poderemos ser. Isto é outro fato. A pergunta que fica para muitos
é como consegui estar lado a lado, em um evento tão grandioso como o do dia 12
de outubro de 2014 que ficará para sempre em minha vida.
Não sou parlamentar, nem próxima de nenhuma autoridade para
adentrar em um espaço como aquele e nem fui convidada de honra, nem pessoa VIP para estar ali no momento. Também não comprei o espaço, nem me ofereci, nem subordinei ninguém, nem menti, passei por
debaixo da grade ou por cima da mesma, rendi os seguranças.
O acaso me fez estar ali. Estando logicamente acompanhando a
comitiva, o comício, a visita da nossa Presidente Dilma no CEU Jambeiro, estava
eufórica, como muitos para chegar perto, tirar uma foto, abraçar, acompanhá-la.
Por vezes cheguei perto, porém, a foto nada. Não sei fazer
selfie. Então foto que eu queria tanto... nada. Continuei acompanhando a multidão. Em dado momento
senti que se fosse para um canto, próximo ao portão estreito que a Presidente
Dilma passaria, perto da corrente humana de segurança seria mais fácil o meu
acesso a ela.
Então me disponibilizei até o espaço. E lá vem o pessoal. A
Dilma, entrou no banheiro público, continuou atendendo os munícipes, fotos e
mais fotos. E eu esperando. Chega o Senador Suplicy e para ao meu lado. E lá vem a nossa Presidenta. Caminha, caminha
e chega ao estreito portão. Passa e os seguranças fecham o caminho.
Falo para o Suplicy: “Ohhhhh Suplicy me adota. Diga que sou
sua filha.” Ele me olhou intrigado (talvez não gostou), não respondeu e começou
a ir em direção ao portão. Eu estou colada nele. Passou o Senador pelo portão e então fechou se a passagem através
da corrente humana, segurança. Então eu digo: “Estou com o Suplicy”. E outro grita: “ É assessora do Suplicy... é assessora do Suplicy”. Como mágica a corrente
humana se abre. Passei tranquilamente como digna de estar ali.
O Suplicy olhou para trás e nada disse. Um cavalheiro.
Passei como sua assessora e ele poderia sim expressar até de forma discreta que
não me conhecia e me barrar. Não o fez. Tudo muito tranquilo, até parecia que pertencia a mim, que eu deveria estar ali de fato e direito. Quando dei por conta estava na
comitiva, lado a lado com a Dilma, ministras e pouquíssimas pessoas, umas dez,
dentre elas a Estela, esposa do Prefeito Haddad, ministras, seguranças, Senador
Suplicy, Presidenta Dilma...
Continuei pensando que dali iríamos ao encontro da população
que estava mais adiante e segui feliz. Jamais imaginei esta indo para um ato
solene, com mil mídias para fazer o registro. Entrei na cabana/tenda branca, lógico
atrás do Senador Suplicy.
Comecei a tirar mil fotos da Presidenta Dilma. Nem me toco
que é um ato solene até que vejo mil seguranças repudiando meu fazer. Parei na
hora. Senti vergonha e comecei a tomar ciência do que realmente acontecia. Não
sai do lugar. Parecia que estava em um palco. Mas desavisada não percebi que
aqueles com câmeras e tudo o mais eram parte da imprensa do Brasil. Estavam à
paisana.
Continuei até terminar o primeiro ato. A próxima etapa foi a
coletiva com a imprensa, em um outro compartimento/tenda. Sai sem imaginar que ali se
registrava algo para o Fantástico ou Record. Fui ao encontro da multidão que
estava aglomerada pós estas duas cabanas.
À noite a surpresa e então venho aqui dizer mais uma vez. Não
burlei segurança, não pulei muro, não comprei, não me vendi, não desrespeitei
hierarquia, ... aconteceu. Por que então assim escrevo. Por perceber
nitidamente a sinceridade de quem viu o episódio de um momento que aconteceu,
simplesmente aconteceu, destino, sei lá....
Agora também visualizo e me choca, às posições contrárias e
que desmerece o meu estar ali e que de fato os “nobres” deveriam estar. Juro
que daria o meu lugar. Afinal a minha admiração pela Dilma continua, o meu
fazer diário é o mesmo, a minha responsabilidade social também e o meu conceito
de ser é muito além de uma passagem perto de autoridades ou celebridades, ou
canal midiático. Então foco no meu dia a dia, entre os meus, entre aqueles que
me cercam no trabalho, na busca por igualdade social, bem fazer.
Hoje imagino todos que estavam no ato, estão perguntando
quem é a doida que aparece... É parente... É infiltrada... É autoridade de
onde... É o que... Talvez, somente o
Senador Suplicy sabe de fato quem eu sou, imagino. Pois se ouviu o grito é
Assessora do Senador e olhou para trás e todas as vezes me encontrou, sabe quem
eu sou.
Agora afirmar que não gostei isto eu não posso, iria contra todo e qualquer princípio que possuo e compromisso com a verdade. Menos na hora de me posicionar que não sou assessora do Senador Suplicy. Rsrsrs
Agora afirmar que não gostei isto eu não posso, iria contra todo e qualquer princípio que possuo e compromisso com a verdade. Menos na hora de me posicionar que não sou assessora do Senador Suplicy. Rsrsrs
PROF.VERAMONTEIRO, Primavera de 2014
http://globotv.globo.com/rede-globo/fantastico/v/dilma-rousseff-faz-campanha-em-sao-paulo/3692145/