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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

QUANDO EU MORRER! QUE ASSIM SEJA....




 
 
 
 
 
INFÂNCIA
 
 
Estando em pauta esta semana como a SEMANA NACIONAL DE DOAÇÃO DE ORGÃOS, vi como propício que em meu Blog, onde deixo minhas memórias, também seja colocada a minha vontade quando meu corpo sucumbir.

Assim quando vier a  fazer a  passagem e se esta for de uma maneira que tenha órgãos íntegros para um outro ser, que estes sejam disponibilizados. Que o desenlace desta vida venha acrescido de doar-se o que fará bem a outro.
Desde as minhas primeiras aulas na formação em Biologia, 1996, me despertou o desejo de doação para o uma instituição universitária que promova formação em que o nosso corpo é estudado, em que se faça necessário este fazer através de um corpo amortalhado é importante.

Então que fique a dica para cada um que presenciar a minha partida. Meu desejo maior é que este corpo seja útil para um ser vivente que necessite ou que esteja em formação. Mas se porventura isto não for possível, não fique preocupado, servirei para alimentar a cadeia alimentar, onde seres decompositores necessitam de mim também e que assim seja feito.
Aproveitando o ensejo da publicação gostaria que o meu ritual pós morte seja conforme aqui descreverei.

Não quero flores, rosas, velas em nenhum lugar que ocupe este ato. As flores, rosas devem ser adornos para o nosso planeta, o meio ambiente. Não há beleza em coroas de flores, vasos, caixão com flores...  Então para quem deseja prestar homenagem assim, não fique chateado, fico feliz se seu coração despertar para doar algo necessário a um ser vivente, roupa, alimento, medicamentos,....
Então que sobre o meu corpo seja colocado um tecido de algodão, um travesseiro de algodão para erguer minha cabeça,  simples assim. E minha indumentária também seja de algodão.  E se meu corpo não estiver  apropriado a ser visto, que sobre o meu caixão tenham fotos desde a minha infância.

No entorno  do ambiente coloquem fotos desde a minha infância, impressas  em folha simples, e o acervo aqui deixo, sendo estas desde o meu nascimento até o momento de minha morte. Imprimam também e coloquem neste ambiente frases de Paulo Freire, Rubem Alves, Mario Sergio Cortella, Cecília Meireles, Francisco de Assis, Martin Luther King, Madre Tereza de Calcutá, John Lennon,  Clarice Lispector, Fernando Pessoa, Ghandi, Socrátes, .... Levem frases impressas e deixem sobre o caixão, mesmo depois do sepultamento.
Que uma música ambiente também venha a pertencer este espaço. Música orquestrada, música que eleve a alma.
 
Se meu corpo pernoitar, não pernoitem comigo. Escolham um lugar onde possa ter uma chave e este seja fechado. Não vejo com tranquilidade o desgastar-se em ficar comigo por uma noite. Volte, durma, beba seu café, troque sua roupa,.... Faça um momento de relaxamento, não se deixe ficar por tanto tempo neste espaço.
E se lágrimas vierem, chore, mas não se esqueça que o tempo que pertenci  a esta existência me bastou e me fez valer o aqui estar. Amei pessoas, aprendi sobre humanidade e tentei ser humana, sofri, superei, aprendi pelo amor e pela dor, me despertei loucamente para viver e servir aos animais, meus anjos de quatro patas, fui um ser que a vida fez-se valer e isto é muito bom.
 
Uma prece, uma oração, um abraçar-se uns aos outros, um refletir sobre a nossa passagem neste terra, as boas ações, os desafios, as superações, pertença a todos!

O cemitério não tenho escolha, pois a morada de meu corpo é a terra.  A terra já possui tudo que preciso depois deste jazer.  E assim que a PAZ,  a quietude, prevaleça para a eternidade, fazendo valer a frase de Leonardo da Vinci: “Que o teu trabalho seja perfeito para que, mesmo depois de tua morte ele permaneça.”  Trabalho de amor, edificação, transformação, transcendência...!

Porém, se meu corpo desaparecer apenas este penúltimo paragráfo seja realizado, AMÉM!

PRIMAVERA, 2013 PROF.VERAMONTEIRO.
 ADOLESCÊNCIA/JUVENTUDE






 
 



 

 

 
 ADULTA









 
 
 
 
 
 
 

 
 

 

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A MENINA QUE ODIAVA LIVROS


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=geQl2cZxR7Q

Provavelmente muitos ao assistiram este filme, serão tocado e nostalgicamente levado a infância.
 
Assim, Cem noites tapuias, O rapto do garoto de ouro, A minha de ouro, ....entre outros, nos foram apresentado de forma obrigatória, não prazerosa. Prazeroso era ler Bianca, Julia, Sabrina entre os meus 14 e 17 anos. E eu li e muito. Trocava, comprava, emprestava, relia, ....
 
Por algum motivo fomos e somos  impulsionados a ler. O gosto do saber, o gosto do ler, do conversar com o livro, o socializar o livro fica tão aguçado em nós que nunca mais somos alguém sem uma leitura, um livro. É, felizmente despertamos o prazer de ler, ler, ler, ler, ler,....

E a cada desabrochar de uma idade, fase, a leitura vai sendo gestada, tornando-se mais contemplativa, abundante, monumental, transcendente, deliciosa, supimpa, frutífera, permanente, ... sendo esta do alvorecer ao crepuscular!!!!

E uma vida é muito pouco para desfrutarmos de todas as leituras que nos dão prazer,... Assim espero que ao sucumbir meu corpo, possa ter nesta uma vida futura com a oportunidade de prosseguir a viagem  neste mundo estupendo da leitura.

Primavera, 2013       PROF.VERAMONTEIRO


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Reflexões Sobre a Avaliação na Escola Infantil

QUAL A POSTURA IDEAL DO PROFESSOR? Mário Sergio Cortella


Fonte http://www.youtube.com/watch?v=seiw4gwsfYA

Mário Sergio Cortella como sempre nos leva a dimensões de conhecimentos mil. Fala sobre humildade pedagógica, PAULO FREIRE e seus ensinamentos, a sua experiência com este grande homem, como seu orientador em seu Doutorado, entre outros assuntos. Cita que Paulo Freire tem o maior título de Doutorado do Brasil, sendo 36 títulos, em todo o mundo e 5 pós morte. Paulo, absolutamente humilde, não confundir com subserviente, covardia, pequenez, daí, Paulo Freire, até  ser exilado, se fez homem grande entre nós.

PAULO FREIRE, homem tão grande que se sabia  pequeno e muito tinha a crescer, transceder... Gente grande de verdade tem muito a crescer e reconhece isto. Tem a cabeça aberta as mudanças, com criticidade, sem subserviência.

Lembrando Paulo Freire, vemos que há duas virtudes que devem permear o nosso trabalho que é a insatisfação positiva e humildade pedagógica, e esta última é bem diferente de subserviência. É a humildade  que aprendemos com Paulo Freire, de sermos seres inconclusos, seres que sempre tem que muito o que aprender,  consciência que aprendemos com o outro, na busca constante pela boniteza de nossa prática, na formação continuada.

E sobre o perfeito que nos remete ao fazer completo, concluído, feito por inteiro... me lembrou a frase de LEONARDO DA VINCI: "Que o teu trabalho seja perfeito, para que mesmo depois de tua morte ele permaneça." E quantas vezes citei esta frase e senti a repulsa por achar que isto é impossível ou querer demais dos humanos. Hoje com a propriedade que vejo Cortella nos ensinar sobre o que é perfeito, reafirmo a minha concepção, que assim deve ser, fazer por inteiro, concluir, fazer completo, com a semente lançada e germinando até mesmo depois de nossa morte.

E falar sobre arcaico e tradicional diferenciando, arcaico (vem do passado, sem sentido e no passado deve ficar) e tradicional (esteve no passado e deve ser protegido, levado a diante), nos tira do senso comum de criticar o tradicional sem a propriedade de enxergá-lo como algo a benéfico. Sempre me lembro dos livros que são clássicos, tradicionais, quando este questionamento é levantado.

Assim, o conteúdo com criticidade, a formação humanista, o relacionamento saudável, a recusa ao egoísmo, o acolher, o formar pessoas, o papel docente reflexivo, a insatisfação positiva não o resmungar, dizendo o que algo tem que ser feito e não faz, a noção de urgência, a coragem, isto é, capacidade de buscar, o não ficar estagnado em paradigmas,  devem permear a nossa linha de trabalho, pois fazem sentido e há um que tradicional que como vimos difere e muito de arcaico.

O autoritarismo, a arrogância em insistir na tolice do que não faz ninguém avançar no paradigma utilizado, o envelhecimento das práticas pedagógicas, a arrogância de continuar nas tolices metodológicas, nos conteúdos sem sentido longe da contextualização, a verticalidade da relação no processo de ensino e aprendizagem, dentre outros, tudo isto é arcaico.

Ouvir MARIO SÉRGIO CORTELLA, nos fazendo refletir sobre questionamento do "fazer sempre a mesma coisa esperando resultados diferentes" na atuação de professor, citando uma das frases de Albert Einsten, "Tolice é fazer as coisas sempre do mesmo jeito e esperar resultados diferentes.", nos transporta como deve ser a nossa prática profissional, social.

Das escolhas na vida pessoal e profissional, que fiz e que sinto que foram acertadas, amar PAULO FREIRE, tê-lo como mestre de conduta de vida e profissão, lê-lo sentindo a necessidade inesgotável de tê-lo por inteiro e cada vez mais, é indubitavelmente a que mais me alegra neste ofício de ser professora e gente.

Inverno de 2013, PROF.VERAMONTEIRO.

sábado, 14 de setembro de 2013

INVEJA

 Livro: Acervo Pessoal
"Ela estava muito feliz. A casa dos seus sonhos, que ela e o seu marido estavam construindo ficou pronta. Queriam, agora, compartilhar a sua alegria com os amigos. Decidiram, então, fazer um dia de “Open House”, “A Casa Aberta”, para qual todos os amigos seriam convidados. A alegria compartilhada fica maior. Foi o que ela me disse numa sessão de psicanálise. Eu me calei. Não tive a coragem de falar. Na sessão seguinte ela estava mergulhada em profunda tristeza. Nada acontecera como o esperado. Os amigos não ficaram felizes. Os visitantes  trataram de estragar a sua alegria. “Mas você não acha que aquela parede amarela teria ficado melhor se estivesse sido pintada de verde?” “Esse forno de pizza: meu primo fez um; no início foi uma festa, depois foi o esquecimento. O forno de pizza está lá na casa dele, sem uso,...”Aquela  escada de madeira teria dado mais classe à sua casa se fosse de granito...” Foi assim que ela aprendeu a dura lição da inveja. Não pense que seus ditos amigos ficarão felizes com a sua felicidade. Eles tratarão de destruí-la.”
(Rubem Alves, ostra feliz não faz pérola, página 23).
 
Como este texto nos remete aos inúmeros espaços que ocupamos socialmente, seja este familiar, profissional, estudantil, religioso,... Nem sempre isto ocorre em um momento de felicidade que desejamos compartilhar, mas sim no nosso dia a dia. Infelizmente é comum alguém nos destruir a alma, calar a nossa alegria ou até mesmo o nosso compromisso de vida, social, profissional, vindo com comentários daninhos, que vem para nos oprimir,calar-nos e fazer-nos perder o encantamento nas ações que nos predestinamos a fazer, com doação de corpo e alma em prol do melhor a todos.
 
Existem pessoas que já se constituem com um olhar para uma crítica destrutiva, focado em apontar para algo que segundo ele poderia ter ficado melhor. Aponta seu fazer com incompetência, porque já sai armado do seu quadrado para ver o que lhe convém como defeito, que servirá de discusso inflamado para machucar. Estes seres esquecem do todo, da ideia, da construção, dos benefícios do produto final e focam somente naquilo que vai doer. Isto vem e torna-se um veneno mortal a alma, a criatividade, a alegria de pertencer aquele espaço.
 
E não que somos arredios as críticas ou sugestões, isto colabora e muito para o nosso crescimento. Porém, vale ressaltar que há dois tipos de críticas, as que vejo como inteligentes e as burras. As ditas críticas inteligentes é humanizadora, dialógica, nos orientará para que juntos possamos melhorar, fazer valer a qualidade em todo o nosso fazer e esta sempre vem acompanhada de uma visão sobre os avanços já conquistados e o que precisamos melhorar, isto é, atem se aos dois lados da construção. A crítica burra, incoerente, destrutiva, vai com a intencionalidade de ver o que não deu certo ou que deveria ser melhorado, é opressora,  vem em tom de superioridade, te expõem perante outros, mostra-se em um indivíduo que se apresenta: como sou capaz de enxergar o que você não se ateve, eu vi o seu erro, deveria ter feito de outra forma, teria ficado bem melhor,... Isto evidência a inveja, a vontade de espezinhar!!!!!
 
Tenho tido a felicidade de encontrar pessoas que sabem criticar e que muito me ensinam nesta caminhada de vida e profissão. Uma delas é você Maria do Socorro Lopes Fernandes, tão humanamente e profissionalmente constituída, que me emociona, me afirmando no ser humano que busco ser.

 Acervo Pessoal
 
Inverno de 2013, PROF.VERAMONTEIRO.